24 de setembro de 2007

João Passarinheiro e o que virá por aí.

Estes textos que lerão em breve são fragmentos da vida de João Passarinheiro. Inventei outro dia que ele existia e agora, cá pra mim, ele já tem uma vida toda dele, embora seja ela toda minha. Muitas coisas eu vou mudar, outras vou corrigir, mas a intenção é publicar assim, CRU.

Vou escrever devagar e postar quando der vontade. Ainda não tem fim, nem meio, mas já é um começo. Pra escrever João Passarinheiro vou precisar de Piraju e das conversas e estórias de lá. É assim mesmo.

Também estou disposta a aceitar sugestões, se alguém quiser contribuir com o futuro do personagem. Não garanto que ele rume para algum lado, mas vou gostar de saber que ele pode ter outras chances. É isso, e por enquanto, é só isso.



João Passarinheiro se encontrou com Delfina, que achava muito bonito chegar atrasada em festas. Considerava uma displicência elegante, digna daquelas pessoas que pouco se importam com tudo e todos. Em sua imaginação de futura estrela, aquele desdém simbolizava o mérito somente conferido as grandes estrelas que, de tão reconhecidas seja lá por que coisa, não deviam satisfação a mais ninguém. Naquele dia, era ela a grande estrela. A capela estava arrumada conforme seu gosto. Cada detalhe foi pensado e sonhado desde que decidiram se casar. A capela ficava em uma pequena estrada de terra que ligava nada a lugar nenhum. Escolheram a pequena igreja porque fora lá que Passarinheiro nasceu. Sua mãe teve um parto difícil, apesar de uma gravidez tranqüila.

Na ocasião, havia um panfletinho de Nossa Senhora Desatadora dos Nós no bolso de seu pai, que ficou rezando de olhos cerrados para que o filho nascesse bem, ainda que parido ali, no meio de uma estrada por onde só se passava gente a pé, nenhum carro, carroça ou carro de boi.


Com o sucesso do parto e diante da criança saudável que nascia, decidiram erguer ali a capela em homenagem a santa. João Passarinheiro, mesmo pensando em toda a dificuldade de realizar ali o casamento, não hesitou na hora de escolher o lugar. Delfina a princípio não gostou da idéia, mas depois leu em uma revista no dentista que uma atriz famosa escolhera, mês passado, um lugar parecido. A atriz falava de um casamento rupestre, simples que só, afirmando assim a possível existência de uma felicidade maior do que aquela cheia de pompa e circunstância com a qual sonham a maioria das noivas.

(Continua no próximo post e vai continuando sempre)

Um comentário:

Anônimo disse...

E Passarinheiro já passa a voar por aqui. Já curti o seu 1º plano de vôo. Riodaqui aí. beijo. Paulo Vigu