28 de março de 2007

Todo mundo vê as pinga que eu tomo, mas não vê os tombo que eu levo

Conhece o ditado? É exatamente assim.

Só adiantando o assunto ao leitor com mais expectativas, esse texto não será nada além de um desabafozinho. E digo desabafozinho porque eu não sou lá mulher que vai fazendo da internet seu diário pessoal, esperando que alguém se comova com minhas aflições e besteirinhas.

Tá, vá lá, que implicitamente sempre tenha algum desabafo real, mas é algo que sempre carrega uma dose de sutileza, que tem mais sentido para o que o leitor gostaria de entender, que para a farsante escritora que vos fala.

Mas voltando ao ditado. A sabedoria popular não tem erro. E olha que eu tento sempre fugir das generalizações e das regras que as pessoas ingenuamente se impõe. Sempre fui mais a favor das descontruções. Mas de repente, lá no meio do seu caminho florido: PIMBA!

E vem a realidade da sabedoria popular a nos fazer meter os pés pelas mãos. Aquela velha estória infantil de não parar para conversar com o lobo mau. Ou seguir o conselho do irmão mais sábio e construir a casa de alvenaria, ao invés de palha e madeira.

Mas não. Eu nunca faço nada disso. Eu sequer escuto conselhos. Mesmo que eu ache que conselho quase nunca serve para alguma coisa. A experiência do outro nunca nos comove a ponto de não pisarmos naquela casca de banana que a 100 metros à frente, alguém alertou.

E fim. Continua no próximo tombo.

24 de março de 2007

Pelo buraco da fechadura é possível enxergar uma luz que vem do apartamento da frente. Uma luz cálida, que compõe o ambiente do lugar. Paredes de madeira escura proporcionam um clima de resignação.Sentado à poltrona repousa um senhor de certa idade. Ele olha para dois lados opostos e começa a se lembrar de coisas que viraram fotografias.

– Porque é assim que as coisas são - pensa o senhor, já elaborando teorias sobre suas próprias lembranças. – O que faz a gente viver com tanta vontade certas ocasiões e depois perceber que elas não mais existem como coisa em si e futuramente, serão somente fotografias, paradas, com os sorrisos congelados e o vento que já passou pelas folhas das árvores. O tempo que a gente viveu naqueles quintais de terra e flores mal diagramadas por deus.

19 de março de 2007

O motivo é o motivo que falta.