26 de fevereiro de 2010

São Paulo jazz


É fato que vai chover e eu terei vontade de caminhar longas horas sob as ruas molhadas da Avenida Paulista. A cada quarteirão morre e nasce uma dúvida, verte-se uma lágrima seguida de um sorriso, troca-se Janis Joplin por John Coltrane.

Eu terei mil idéias, afastarei uma centena de pensamentos e mudarei de opinião quantas vezes for possível no caminho que me leva do Paraíso ao final da Consolação. Todas as luzes incidentes distorcerão cada visão e hão de orientar cada olhar longínquo.

Talvez, ao passar pelo MASP, eu tenha uma epifania e sorria (gargalhe!) bem alto, para espanto dos concentrados transeuntes. Talvez eu cante em voz alta e de olhos cerrados durante o espaço de um quarteirão.

E eu sou só um recorte de mil pedaços. Uma fotografia velha que se reconstitui.
.
.
OBS: A fotografia não está em CC.