9 de abril de 2007

Sempre é assim quando eu vou e piora quando eu volto. Sempre a melancolia, a última cerveja, as roupas passadas na mala já rasgada, a saudade dos tios, a despedida na rodoviária pequena e escura. Sempre o cigarro antes da partida.

É assim todas as vezes. Eu teimo em ir, eu me arrependo de ficar e me entristeço ao sair.
Quem sabe seria melhor se eu não mais voltasse, mas também não serviria de nada a ansiedade que guardaria ficando por aqui. O fato é que eu sempre acabo indo, sempre hesitando antes de decidir ir, sempre com preguiça e cabisbaixa por ter de voltar.


Para quem não percebeu, cá estão, escondidas na subjetividade, as angústias de quem abandona sua terra, mesmo que não seja ela, natal.

É difícil explicar o vínculo com a terrinha, é tentador rompê-lo, é impossível conseguir. São as pessoas que te viram crescer e a liberdade que se tem no convívio, a saudade de só estar junto. Depois tem também aquelas vidas que fazem parte da sua de tanto que a gente sabe sobre elas. Interior né? Só observando tudo isso é que a gente consegue pensar naqueles autores que pensaram a comunidade e o lugar do indivíduo nesse contexto teórico e maluco entre sociedade e comunidade. Se eu me permitisse, se eu concordasse comigo, se eu ousasse distribuir conselhos, diria a todos que experimentassem uns meses no interior.

Vicia.

3 comentários:

Anônimo disse...

a angústia da partida... entendo muito o seu texto. aproveito o momento pra dizer que tenho saudade da sua terrinha, mesmo só tendo estado nela duas vezes. mas o que eu posso fazer se ela carrega, no nome, parte do meu?
beijos,
jujuba.

thaispimenta disse...

mas eu prefiro o sabor quieto do meu quarto na cidade grande.

Priscila Basile disse...

eu também!