4 de maio de 2006

Na Argentina.


A viagem surgiu de uma pequena idéia entre amigos, aliada a projetos acadêmicos que testaram meus conhecimentos de formas bastante distintas.

Em primeiro lugar a lingua e a velocidade com que é falada se mostrou um pequeno obstáculo e, pensando bem, apesar da barreira perfeitamente transponível, me senti culpada de conhecer mais o inglês que o idioma falado em toda a América Latina, meu território.

Depois veio a comida portenha. A europeização é exposta claramente assim que se olha para um prato de refeição. Batatas, batatas e mais batatas. E, pelas ruas largas da capital argentina, cafés, cafés e mais cafés.Embora o café tenha me parecido um bem de luxo, caro como ingerir ouro verde ou negro.

Estranhamentos primeiros a parte, é só olhar pra cima e ver o céu. Sim, sim, temos um céu muitíssimo belo mas o céu de lá era de um azul infindo e homogêneo. Penso comigo que há de ser realmente claro o céu de uma cidade intitulada Buenos Aires.

Há um forte apego ao passado no país de heróis como Perón, Evita, Che Guevara e outros tantos paladinos anôminos que um livro seria pouco para listar. E a luta não cessa, nunca.

Noção de espaço. As vezes, em São Paulo, não dou um passo sem perguntar para ter certeza dos caminhos que me levam ao destino traçado. Em Buenos Aires não fiz diferente. Mas, a priori, assustei-me com a tamanha precisão pela qual um senhor me explicou como se chegava a uma rua X. Número exatíssimo de quadras e caminhos infalíveis de transportes coletivos.

Também é bonito pensar que lá, as pessoas esperam muito mais gentileza e ganham muito mais dela do que os brasileiros, conhecidos como hospitaleiros.

Praças, muitas delas, onde habitam populações inteiras de pombas alimentadas da doação de pais que levam as crianças para passear e dar milho a esses animais.

E havia um carrosel. Que ficava mais bonito quanto mais escura a noite fosse. Com suas pequenas luzes coloridas espalhadas ao seu redor. Funciona agora na minha memória como uma caixinha de música cuja melodia eu escolho e posso segurá-la nas mãos.

3 comentários:

Anônimo disse...

que bonito, Priscila! achei seu blog no overmundo, gostei do seu texto sobre a louca de higienópolis e resolvi ver quem era vc. Bacana!

Agraço e parabéns!

thaispimenta disse...

doces sutilezas que me conquistam.

Anônimo disse...

Li seu texto. Foi como se tivesse voltado lá! Me senti assim. Minhas memórias...